Não é no Olimpo que é feito o mais precioso dos alimentos:
fazem-no perto de mim e me permitem tomá-lo sem pudor.
Sua matéria prima são os signos, que eles torcem com o esmero de quem já galgou por todos os cantos das existência, até deles escorrer o mais puro néctar!
Seu efeito não aspira a felicidade, muito menos a regeneração: como seria tolo dar aos outros
algo tão efêmero!
Ele nos mostra que a vida não é algo tão sério assim e que nela até se pode dançar sentado numa cadeira de plástico – basta ter olhos.
Ou que todas as coisas dispensam ser belas, exceto nós, que não cansamos de correr atrás do próprio rabo; e que, afinal, é isso mesmo vamos aguentando não aguentar mais.
A vocês devo um tanto, meus errantes prediletos!
E aos Deuses gordos e flatulentos, se já não padeceram do ócio de sua inutilidade, tenho um recado:
Que morram de inveja!
01/2015
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